História dos Automóveis: Ford Fiesta



O Fiesta é um carro mundial que iniciou sua carreira na Europa e se espalhou pelo mundo. Vamos conhecer a história deste carro?

Na Europa, o Fiesta surgiu em meio à crise do petróleo, ocorrida em 1973. Um dos pré-requisitos para o desenvolvimento do carro, além de satisfazer os mercados dos continentes; para fazer o menor carro de sua história, a Ford teria de fazer seu maior investimento: um bilhão de dólares corrigidos.



Após vários estudos (acima, estudo da Ghia), entre eles o Blue Car, o Mini-Mites e o Bobcat, era lançado em 1976 o modelo definitivo do Fiesta. O nome foi anunciado em Detroit um pouco antes, em dezembro de 1975; o nome ligava o carrinho a um jeito alegre e descontraído de ser.

O Fiesta era lançado em três versões de motor: 1,0 de 40 cv ou 45 cv e 1,1 de 53 cv, este reservado ao acabamento topo-de-linha Ghia.



De fato, o Fiesta era econômico: a Ford divulgava 17,8 km/l a 90 km/h constantes e 12,6 km/l na cidade para o motor mais modesto, de 40 cv. Em janeiro de 1979 atingia-se o primeiro milhão de produção.

Com o sucesso, não demoraram a aparecer versões esportivas, como a XR2, de 1981 (abaixo).



Já em 1983 apareceu a segunda geração do modelo, com linhas semelhantes, inclsive, a modelos brasileiros da época, como o Del Rey, o Escort e a Pampa. O modelo já usava transmissão CVT (que por aqui só apareceu no Honda Fit de 2003).



A segunda geração estendeu-se até 1989.



Não é a cara do nosso Escort XR3?

No mesmo ano, apareceu a geração 3, que foi a primeira que os brasileiros conheceram. Na Europa, ele recebia versões esportivas, como a RS Turbo, que combinavam com suas linhas (modernas para a época).



Por aqui, o Fiesta III acabou sendo lançado apenas em 1995 importado da Espanha, nas versões 3 e 5 portas, com motor Endura-E, de 1,3 litro.



No mesmo ano, porém em outro local (Frankfurt, Alemanha) era lançada a geração quatro do Fiesta, que apresentava formas ovais (início da linha de estilo que influenciaria o Ka, o New Edge). Esta geração não demorou tanto assim para aportar por aqui: já em abril de 1996 o Fiesta 4 já dava as caras por aqui, igual ao europeu.



Em 1997, surgia a primeira derivação brasileira do Ford: a Courier, picape que chegava para enfrentar as rivais Fiat Strada e Corsa Pick-up. O nome designava a versão furgão das gerações européias.



Já no exterior, a derivação que surgia era bem mais interessante... Era o Puma, modelo que usava vários componentes do Fiesta, mas era leve. Sem dúvida, se fosse importado, daria uma boa briga com o Tigra, cupê da GM baseado no Corsa vendido no fim dos anos 1990.




Em 1999, também no Salão de Frankfurt, o modelo, que dava sinais de cansaço, recebeu uma reestilização frontal que trazia agressividade, mas na essência continuava um carro de 1995. Desta vez, o Fiesta assumia a identidade New Edge, à essa altura já difundida pelos modelos Ka (1996) e Focus (1998).



A alteração no carro brasileiro se deu ainda em 1999, muito próximo da chegada do Fiesta europeu às ruas.



Mas a alteração não foi tão bem-recebida, apesar do conjunto ter ficado bem melhor que o do modelo anterior. Em 2000, para tentar quebrar a sisudez da frente, era lançada a versão Sport.



No exterior era lançado o Ikon, que nada mais é do que o que viria a se tornar o Fiesta Sedan de 2001.



Também em 2001, também no Salão de Frankfurt, foi lançado o Fiesta que nunca conhecemos de verdade...



O acabamento, painel e detalhes de estilo eram diferente do novo Fiesta que estava em gestação (aliás, um dos flagras durante os testes do modelo foi bastante curioso, veja foto abaixo) e que foi lançado em maio de 2002.



Ainda na Europa, uma curiosa derivação do Fiesta foi a Fusion (sim, mesmo nome do sedan mexicano), uma minivan com ares esportivos, mas que não agradou.



O modelo identificado por 6a. geração (quarta para os brasileiros, se contarmos a reestilização de 1999 como geração) conviveu com a geração anterior, que passou a se chamar Street, nas versões hatch e sedan. Aliás, estratégia semelhante ao do concorrente Corsa, que passou por uma remodelação no mesmo ano, um mês antes (porém o hatch sairia de linha meses depois).



Se o estilo do hatch agradou em cheio, o motor 1.0 e o acabamento de plástico renderam muitas críticas não só ao novo baiano (o Fiesta 2003 inaugurou uma nova fábrica em Camaçari, Bahia)...



Coitados dos donos dos primeiros Fiesta

...como também ao seu descendente EcoSport, utilitário esportivo baseado em modelos como Toyota RAV4 e Jeep Cherokee e que acabou fazendo um estrondoso sucesso, quando a Ford enfrentava dificuldades e se preparava para arrumar as malas para deixar o País.



O motor 1.6 Flex seria adotado em setembro de 2004, junto com o lançamento da versão sedan do novo Fiesta muito mais harmoniosa que o antigo Ikon (abaixo).



Já o motor 1.0 Flex foi lançado apenas em setembro de 2006.



No Salão de São Paulo de 2006, o conceito Fiesta Trail antecipava as linhas da futura reestilização exterior e interior, que seria feita logo no começo do ano, em fevereiro de 2007.





Interior decente, enfim...

O próprio Trail virou realidade com o kit lançado em julho do mesmo ano.



O EcoSport seguiu uma reestilização própria, em novembro de 2007.



Desde então, o Fiesta vem se sustentando através de promoções. O novo Fiesta circula pelo continente europeu desde 2008 e já chegou aos EUA usando o motor Sigma fabricado... aqui no Brasil!



Por aqui, a Ford quer reaproveitar a carroceria estreada em 2001 na Europa e redesenhar o carro (acima), o que garantiria fôlego para mais dois anos, tempo suficiente para a nova geração (talvez com o nome New Fiesta) ser vendida por aqui (provavelmente um pouco simplificada, abaixo).

Comentários

Gustavo disse…
Pow cara otimo trabalho, mas diz o q vc acha do fiesta sedan 1.0 flex 2007/2008? estou com a compra quase concluida deste modelo.
Júlio Max disse…
O Fiesta Sedan 1.0 é um modelo indicado para uso urbano. O porta-malas é bastante amplo (478 litros, um dos maiores da categoria) e tem um estilo que não ficou tão ultrapassado com a última re-estilização, sofrida este ano.

Contudo, é necessário checar o estado do modelo: se possível ande num Fiesta Sedan 0 km, depois peça para dar uma volta neste Fiesta 07/08 e analise as diferenças.

Para uso nas estradas, o motor 1.0 pede um pouco mais de força (se o carro tiver ar-condicionado, recomendaria não o ligar numa subida íngreme). O interior do Fiesta, que sempre foi criticado, melhorou com a renovação de 2007.

O preço deste modelo do Fiesta gira entre R$ 29 000 e R$ 36 000, dependendo da quilometragem e do nível de opcionais.
Dudu e Cléo disse…
Parabéns pelo blog! Me tire uma dúvida: o Fiesta Trail surgiu só em 2006? Quer dizer que se eu encontrar algum mais velho significa que foi adaptado? Abraços!
Júlio Max disse…
O Fiesta Trail surgiu como um kit instalado pela Ford, a partir de julho de 2005, que incluía estribos, quebra-mato, bagageiro e os adesivos "Trail", por R$ 2500 a preços de época. Não havia alterações nos pneus, ou na suspensão.

Porém, na prática, qualquer dono de Fiesta poderia adquirir os itens e equipar o modelo.

A partir de 2007, o Fiesta Trail virou versão de série, e os modelos passaram a vir com o nome "Fiesta Trail" também nos documentos, o que não acontecia anteriormente. A versão com apelo aventureiro foi descontinuada com a recente re-estilização do Fiesta brasileiro, de 2010.
Anônimo disse…
ola eu vivo em portugal e tenho um fiesta 1.1 de 1990 os consumos dele sao de 6 litros aos 100km por vezes o que chamamos por dentro nas estradinhas pode chegar a 7 litros, carro simples talvez o maior defeito destes carros e o motor da sofagem avaria facilmente neste modelo, abraço
Unknown disse…
E bom o fiesta 2001 zetec roc am